domingo, 17 de fevereiro de 2008

eu vos farei pescadores de homens




"E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens." Mt.4:19

Ao iniciar publicamente seu ministério, uma das primeiras iniciativas de Jesus foi a de começar a constituir seu grupo de discípulos. Jesus encontra-se na Galiléia, mais precisamente em Cafarnaum, "caminhando junto ao mar" (Mt 4:18), longe de Jerusalém e das instituições religiosas e sociais. Nesse contexto, ele se dirige a pescadores em plena atividade. Mateus mostra como se dá o chamado de Jesus a esses homens por meio de uma seqüência de verbos: Jesus caminha, vê, chama, e é seguido.

Uma primeira lição que aprendemos nesse episódio é que o nosso chamado, assim como o dos primeiros discípulos, não depende de nós, de nossa busca, de nossa procura, de nossa inteligência, de nossos méritos, de nossas capacidades ou mesmo de nossa piedade. Depende, antes de tudo, de Jesus, da sua iniciativa. Depende Daquele que nos têm visto antes mesmo que pensemos Nele. Daquele que faz ecoar o seu chamado em meio ao nosso cotidiano.Mas esse chamado tem um propósito: Fazer-nos pescadores de homens!

A imagem da pesca, de peixes tirados da água, remete-nos ao coração da missão de Jesus: tirar os homens da morte para a vida. Porém, alguém poderá argumentar: Não sucede exatamente o contrário, ou seja, se tirarmos os peixes da água não estaremos condenando-os à morte?

Lembremo-nos, entretanto que, para a cultura daquela época, o mar estava associado ao caos e à morte. Daí o chamado para sermos pescadores de homens. Ao lermos o texto de Mateus, ficamos admirados pela brevidade da cena. Um simples chamado de Jesus é suficiente para que Pedro, André, Tiago e João deixem suas redes, seus barcos, seus pais e sigam o Mestre. Eles não questionam, nem se preocupam quanto ao futuro. Apenas O seguem.

Isso nos ensina acerca da radicalidade do nosso chamado. Não se trata de abandonar mulher e filhos e se retirar do mundo, mas de responder imediatamente a esse apelo, sem questionar, sem olhar para trás, sem temer o futuro e sem nos interrogar sobre nossas capacidades.

Significa dizer simplesmente "Sim": "Sim" para que Jesus transforme nossas vidas; "Sim" para que Jesus nos conduza em direção aos outros; "Sim" para que, depois de termos sido "pescados", tornemo-nos pescadores de homens. Enfim, convém lembrar que nós não estamos sozinhos nessa tarefa de "pescar homens". Jesus chama seus discípulos de dois em dois. Para cumprir essa missão, Deus usa os talentos de todos, por mais modestos que sejam.

Nós não podemos nada sozinhos, porém, cada um de nós pode acolher com confiança esse chamado e caminhar ao lado de outros no seguimento de Jesus. Então, deixemos nossas redes e partamos para a pesca com Jesus!

Deus nos abençoe

Rev. José Roberto Silveira

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Temer ao Senhor (III)

"Cada um respeitará a sua mãe e o seu pai e guardará os meus sábados. Eu sou o SENHOR, vosso Deus." Levitico 19:3

Na seqüência de abordagem deste capítulo chegamos a um tema cuja importância e valor estão sendo perdidos, se é que já não se perderam de fato. Trata-se da questão da “guarda do Dia do Senhor”.

No texto citado vemos que se fala de guardar “meus sábados’”. Há indicação de plural, pois havia “sábados” (descansos) e não apenas um sábado. É evidente que o principal sábado estava ligado ao dia próprio dentro da semana de sete dias. Dentre estes sete dias, é mister e necessário que um deles seja reservado para dois propósitos básicos: descanso nosso e adoração do Senhor.

A confissão de fé e o catecismo maior por nós adotados, nos instruem, conforme direção da Lei Maior (Bíblia), quanto à necessidade de observância da guarda do Dia do Senhor. A negligência neste aspecto é muito grande.

Há dois riscos quanto a este assunto: ênfase no serviço do Senhor e não descanso físico adequado; ênfase no lazer e descanso com descuido de observância do compromisso com a adoração e serviço do Senhor. Vemos que, infelizmente, o Dia do Senhor vai sendo desprezado por mau uso do dia que o antecede.

O domingo está sendo prejudicado em sua essência como dia particular da relação e culto a Deus, devido ao fato de que no sábado vamos nos deitar de madrugada e, conseqüentemente não conseguimos despertar no domingo para comparecermos ao culto, à escola dominical e outras atividades na adoração a Deus. Não usamos o sábado para as compras próprias, levando-nos a empregar este tempo no domingo, tempo este subtraído do serviço ao Senhor.

Não se trata de escravidão a qualquer dia que seja, tornando-o um jugo pesado e insuportável de sustentar; mas, é preciso resgatar o cuidado mínimo com tal dia, usando-o apropriadamente para o louvor do Senhor e nosso descanso e lazer. O apóstolo Paulo ensina que há quem julgue iguais todos os dias ("Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente."Romanos 14:5) e outros que fazem distinção entre os dias, mas isto não nos pode conduzir ao desprezo e desconsideração com o Dia do Senhor. Ele ainda faz parte dos mandamentos de Deus para nossa vida. O princípio está de pé e deve ser observado por nós cristãos ainda hoje.

Negligenciamos o ensino deste princípio com relação aos nossos filhos e eles têm perdido a percepção de sua importância e valor. Para o cristão todos os dias são “santos” e usados (todo o tempo) para adoração. Isto é inegável, mas um dia entre os sete da semana deve ser separado de forma especial para consagração ao Senhor.

Saibamos utilizar de forma adeqüada esta verdade e santifiquemos o domingo, Dia do Senhor, pois isto também é temer ao Senhor.

Deus nos abençoe

Rev. Paulo Delage

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Temer ao Senhor (II)


"Cada um respeitará a sua mãe e o seu pai e guardará os meus sábados. Eu sou o SENHOR, vosso Deus." Levitico 19:3

Conforme registramos no boletim anterior, apresentaremos alguns artigos baseados neste capítulo do (pouco lido) livro de Levítico, com sua riqueza extensa e profunda.

Moisés repassa ao povo as diretrizes do Senhor, cujo propósito é a manifestação de Sua Santidade no processo de santificação de Sua gente (v.2). Fica claro que o Senhor deseja que sejamos santos, porque Ele o é. Percebam que isto é reafirmado pelo apóstolo Pedro "pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo." (I Pedro 1:15-16) como ênfase no fato de ser este o anelo de Deus.

O Senhor Jesus coloca esta mesma verdade de modo um pouco diferente ao afirmar: “Sede vós perfeitos, como perfeito é vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5:48). Assim, está a desafiarnos à santidade e perfeição em nossa vida e conduta. Deste modo vemos que o Senhor estabelece mais um princípio quanto à nossa santificação (como reflexo da santidade de Deus) vinculando-a agora ao respeito ao pai e à mãe.

Quando lemos esta exortação do Senhor, segue-se a ela a expressão - “Eu sou o Senhor”, que nos faz ver que nossa postura de obediência a nossos pais deve-se ao fato de temermos ao Senhor.

É a Pessoa dEle que está em destaque, antes que a de nossos pais. É a Ele que atingimos ou honramos quando o fazemos a nossos pais. Há também a responsabilidade dos pais em refletir a Pessoa do Senhor. A mutualidade e reciprocidade estão latentes, mas presentes, neste texto.

O apóstolo Paulo insistirá nisto ao fazer esta afirmação: “filhos, obedecei a vossos pais no Senhor” (Efésios 6:1).

Os pais são postos como autoridade sobre nós e devem ser honrados (obedecidos) como expressão de nosso temor ao Senhor. É claro que nossa obediência a eles se estabelece até ao limite de sua autoridade delegada, isto é, caso eles se coloquem, ou queiram colocar-se, acima do Senhor, nossa obediência será devida ao Senhor antes que aos nossos pais.

O respeito, a obediência, o carinho, o amparo, o zelo, o amor e outras manifestações com relação aos nossos pais devem ser a tônica na vida do cristão, fazendo refletir nosso compromisso com o Senhor Deus de Quem somos, a Quem servimos e tememos.

Deus nos abençoe

Rev. Paulo Delage