quinta-feira, 22 de maio de 2008

Temer ao Senhor - XIV


"Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor." Levítico 19:16

Retomamos nosso texto para reflexão deparando-nos com um assunto de muito interesse para os pais que têm seus filhos na adolescência ou mocidade. O assunto tratado é a possibilidade de imprimir marcas em seu corpo. É evidente que aqui não se está pensando em tatuagem nos moldes atuais. A prática aqui apontada estava ligada aos espíritos, não era estética ou moda.

Quando alguém imprimia uma marca em seu corpo tratava-se de pertencimento a um deus ao qual se ligava. Isto ainda é comum na Índia onde tal identificação é muito costumeira. Como disse, não era uma questão apenas de marcar seu corpo, já que Deus determinara ao judeu proceder à marcação de seu corpo (de modo indelével) por meio da circuncisão, significando sua identificação com Ele, ou seu pertencimento a Ele. Deste modo este texto não pode ter sua aplicação vinculada diretamente às tatuagens de hoje.

O que se deve questionar é o sentido das tatuagens, o propósito delas e a que elas se prestam. Elas estão ligadas à integração de gangues, vinculação com determinado espírito, provocação de sensualidade.

Alguém pode perguntar, então, sobre a possibilidade de tatuar-se com o nome Jesus, ou com símbolos cristãos ou até escrever um versículo bíblico. Não é na pele que estas coisas devem estar impressas, é no coração. Foi isto que o Senhor disse ao povo quando fala sobre “circuncidar o coração”. Nós temos uma tatuagem na alma.

Paulo nos fala que fomos selados (marcados) com o Santo Espírito da promessa (Ef. l:13), ele ainda nos fala de trazermos em nosso corpo as marcas (estigmas) de Cristo, ou seja, os sinais que são fruto do compromisso de fidelidade ao Senhor.

Pergunte-se sobre o motivo de querer ter em seu corpo uma marca de tatuagem. A resposta estará ligada ao aspecto de que é “legal” e que “todo mundo usa”. O que mostra não haver sentido cristão relevante para marcar-se. “Mas, é apenas uma bela e pequena borboleta no tornozelo”.

O Rio São Francisco nasce como um simples filete de água na Serra da Canastra, mas acaba por tornar-se um de nossos maiores rios. Deixe-se tatuar e procure ser tatuado(a) pelo Senhor na estrutura de sua alma e em seu caráter , e não pela mão do homem em sua pele.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Temer ao Senhor XIII


"Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR." Levítico 19:16

Ao ler o texto apontado acima, não pude deixar de recordar meus tempos infantis, quando apanhava mexericas na árvore para saboreá-las. Havia um problema, o sumo que delas saía era de um cheiro fortíssimo e peculiar (até bom) e você não podia “esconder” que havia chupado a fruta.

Às vezes, “pegávamos” a fruta no quintal do vizinho, e não dava para esconder quando chegava em casa. Então recebíamos um bom corretivo, normalmente da mãe. Não era apenas mexerica, era mexeriqueira.

O texto original usa uma palavra que pode ser traduzida por “camelô”, ou seja, mercador que leva bugigangas (coisas de pouco valor) pelas ruas, no intuito de passá-las a outros. A qualidade é duvidosa, a origem não muito recomendável e não há responsabilidade oficial (sem impostos) ou formalidade.

A palavra é bem incisiva ao nos determinar não andarmos “entre o povo” como estes tais. Vejam que o “mexerico” tem relação muito próxima com a figura do “camelô”. A qualidade da “informação” veiculada é duvidosa, já que não vem sustentada em fatos (na maioria das vezes), mas apenas naquele famoso: “você ouviu? Ihhhh!”. A origem não se apresenta como recomendável, até por não se saber ao certo onde foi que começou tal mexerico e qual sua fonte de referência. Por fim, vemos que inexiste a responsabilidade, ou seja, ninguém escreve e assina mexerico. Aliás, quando se pede para que assine (e assuma) aquilo que se disse, a resposta é evasiva, alegando-se que isto lhe seria prejudicial e estragaria sua amizade com fulano e beltrano, além do que ficaria mal para sua “imagem” entre os irmãos. A informalidade é, aqui, sinônimo de irresponsabilidade.

Este tipo de conduta é extremamente lesivo à vida dos que se tornam alvo do mexerico. Talvez alguém pergunte sobre o caso de ser verdade o que se diz no “comentário” feito. Não importa, o mal é claro. Você precisa ir à pessoa e indagar, questionar e confrontar (se preciso). Não fale da pessoa ou sobre a pessoa, fale com a pessoa.

Termino esta pastoral citando o livro de Provérbios em sua significativa diretriz de ética para a vida de todos nós: “Sem lenha, o fogo se apaga; e, não havendo mexeriqueiro, cessa a contenda” (Pv. 26:20).

Andemos com integridade também no falar, devido ao fato de se temer ao Senhor.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Delage