Na seqüência de abordagem deste capítulo chegamos a um tema cuja importância e valor estão sendo perdidos, se é que já não se perderam de fato. Trata-se da questão da “guarda do Dia do Senhor”.
No texto citado vemos que se fala de guardar “meus sábados’”. Há indicação de plural, pois havia “sábados” (descansos) e não apenas um sábado. É evidente que o principal sábado estava ligado ao dia próprio dentro da semana de sete dias. Dentre estes sete dias, é mister e necessário que um deles seja reservado para dois propósitos básicos: descanso nosso e adoração do Senhor.
A confissão de fé e o catecismo maior por nós adotados, nos instruem, conforme direção da Lei Maior (Bíblia), quanto à necessidade de observância da guarda do Dia do Senhor. A negligência neste aspecto é muito grande.
Há dois riscos quanto a este assunto: ênfase no serviço do Senhor e não descanso físico adequado; ênfase no lazer e descanso com descuido de observância do compromisso com a adoração e serviço do Senhor. Vemos que, infelizmente, o Dia do Senhor vai sendo desprezado por mau uso do dia que o antecede.
O domingo está sendo prejudicado em sua essência como dia particular da relação e culto a Deus, devido ao fato de que no sábado vamos nos deitar de madrugada e, conseqüentemente não conseguimos despertar no domingo para comparecermos ao culto, à escola dominical e outras atividades na adoração a Deus. Não usamos o sábado para as compras próprias, levando-nos a empregar este tempo no domingo, tempo este subtraído do serviço ao Senhor.
Não se trata de escravidão a qualquer dia que seja, tornando-o um jugo pesado e insuportável de sustentar; mas, é preciso resgatar o cuidado mínimo com tal dia, usando-o apropriadamente para o louvor do Senhor e nosso descanso e lazer. O apóstolo Paulo ensina que há quem julgue iguais todos os dias ("Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente."Romanos 14:5) e outros que fazem distinção entre os dias, mas isto não nos pode conduzir ao desprezo e desconsideração com o Dia do Senhor. Ele ainda faz parte dos mandamentos de Deus para nossa vida. O princípio está de pé e deve ser observado por nós cristãos ainda hoje.
Negligenciamos o ensino deste princípio com relação aos nossos filhos e eles têm perdido a percepção de sua importância e valor. Para o cristão todos os dias são “santos” e usados (todo o tempo) para adoração. Isto é inegável, mas um dia entre os sete da semana deve ser separado de forma especial para consagração ao Senhor.
Saibamos utilizar de forma adeqüada esta verdade e santifiquemos o domingo, Dia do Senhor, pois isto também é temer ao Senhor.
Deus nos abençoe
Rev. Paulo Delage