sábado, 6 de setembro de 2008

Bem-aventurado (1)


Daremos início, com esta mensagem, a uma série de pastorais cujo tema é a expressão que encima desta página. Serão feitas abordagens de várias passagens em que tais palavras aparecem, desenvolvendo as idéias ligadas ao conceito da felicidade ou bem-aventurança para aqueles que estão integrados ao Reino de Deus.

Assenta-se, desde já, que nem todas as passagens em que tal expressão consta serão tratadas, mesmo porquê, às vezes, as traduções poderão não coincidir e nossa versão em português não aprentar “bem-aventurado”. A substituição por “bendito” fará com que determinado texto não seja alvo de nossa abordagem ou meditação.

É natural imaginarmos que apenas as bem-aventuranças constantes dos evangelhos serão aquelas a serem tratadas nesta série. De fato o serão. Mas, há muitas outras ocorrências de tais palavras nas Escrituras e muitas delas no Velho Testamento.

Isto é digno de nota por se pensar que o Livro da felicidade é o Novo Testamento e que o Antigo é apenas um amontoado de manifestações de ira, declarações de juízo, proclamação de castigos e maldições. Esta idéia falsa deve ser rejeitada, pois, como será visto, o Velho Testamento é, também, lugar da manifestação de bênçãos preciosas e de declaração de muitas bem-aventuranças.

O sentido destes termos é o de bendito, abençoado, feliz, ditoso, faustoso, venturoso e outros. É comum no inglês a tradução ser: “abençoado”. Penso ser este o melhor sentido e é com o qual estas mensagens serão vinvuladas. Não será usado “feliz”, pelo fato de que felicidade é um “estado de espírito”, e muitos entendem que possa ser gerado pelo indivíduo, ou seja, ele é responsável por sua geração. Isto é, ele é competente por se fazer ser feliz.

O conceito de bem-aventurado (ligado a ventura) está vinculado à ação de outro que propicia tal situação, ou seja, a bem-aventurança é manifesta na vida do indivíduo por ação de outro e não dele próprio. Sua participação em sujeitar-se a certas determinações e assumir certos padrões não fazem “brotar” a bem-aventurança, mas são fatores pelos quais poderá haver a “outorga” ou dádiva da bem-aventurança. Assim, esta não é obra de esforço humano, mas fruto da ação dadivosa de Deus.

Rev. Paulo Audebert Delage