terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Bem-aventurado (17)


“Bem-aventurados todos os que nele esperam” ( Isaías,30:18).

O texto do profeta Isaías nos remete a um aspecto recorrente e comum ligado à bem-aventurança: a espera. Quando nos detemos a ler os versos anteriores e posteriores ao 18, é possível perceber que o Senhor está tratando Israel com rigor e disciplina, no propósito de instruir e orientar no retorno à comunhão e relação com Ele.


No verso em foco nota-se o autor afirmar que o próprio Deus espera para ter misericórdia e se detém para se compadecer deles. Este retardo ou adiamento por parte do Senhor é remédio amargo de disciplina curativa. Há, da parte dEle, garantia dada de interferência e ação favorável ao Seu povo, libertando-o do cativeiro em que se encontraria, embora não impedisse a ocorrência do exílio.

Neste sentido o profeta reitera que aqueles que esperam são bem-aventurados. Torna-se difícil esperar neste contexto e ambiente de tanta aflição e angústia. Esta situação é agravada à medida que o tempo vai passando e não há intervenção. Gesta-se no interior da pessoa o adoecimento da alma, fazendo verdadeira a expressão do proverbialista bíblico: “A esperança que se adia faz adoecer o coração...”( Pv.,13:12).

Por vezes sentimo-nos adoentados na alma pelo fato de que a esperança se vai adiando, retardando, afastando. O verso 19 é reforço do Senhor, por meio do profeta, para realentar e reanimar o povo. É preciso manter-se firme na expectativa e esperança da ação libertadora e restauradora do Senhor. São comuns a nós a impaciência e o sentido de urgência. No entanto, o relógio de Deus tem sua própria sincronia e nos leva a entendermos, como o salmista, os rigores do trato do Senhor: “O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica”(Sl.,119:50) e ainda: “Foi-me bom ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos.”(Sl.,119:71).

Não desanime, não sucumba, não deixe de esperar no Senhor, pois é desta forma que você continuará sendo bem-aventurado(a).

Seja sobre nós a Sua graça.

Rev. Paulo Audebert Delage.