sábado, 22 de março de 2008

Temer ao Senhor VII


"Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo" Levítico 19:11

Nosso texto para análise continua a estabelecer os princípios de vida fiel ao Senhor, na esfera de nossas relações com o outro. O tema agora é a mentira.

A questão é posta de forma negativa: não mentirás; não usarás de falsidade. Está claro que se trata do exercício da fala, mas também de propositura de ardis, ciladas, armadilhas. O que está em destaque é a necessidade da honestidade e sinceridade.

A manifestação da mentira pode ter, e tem, muitos matizes ou variações, sendo algumas sutis às quais não damos muita importância. Verdade é um dos atributos que se encontra no caráter de Deus e que nós, como seres criados à Sua imagem e semelhança, devemos também refletir e manifestar.

A ênfase dada nas Escrituras Sagradas sobre este ponto é muito grande, levando o próprio Deus fazer registrar que “ficarão de fora os mentirosos”,ao referir-se a Seu Reino ( Ap.21:8). Trata-se de pecado grave, mas que é tolerado e, às vezes, justificado em nosso meio.

Categorizamos a mentira para dizermos que esta é admissível e aquela nem tanto. É critério meramente humano com base nos reflexos sociais da mentira em si. Mas, devemos ver que esta distinção não é admitida pelo Senhor. A honestidade, integridade e verdade são elementos manifestos em nossa vida como fruto de temer ao Senhor.

É claro também que não podemos confundir sinceridade, verdade e honestidade com rudeza, falta de educação ou desamor. Paulo nos alerta e determina: “seguindo a verdade em amor” (Ef.4:15). Desta maneira podemos dosar adequadamente a rejeição à mentira e a recepção da misericórdia.

Perfilemo-nos com a verdade e a sustentemos com amor, como resultado de nosso coração fiel que “teme ao Senhor”.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Delage

sexta-feira, 14 de março de 2008

Temer ao Senhor VI


"Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo" Levítico 19:11 Este é assunto presente na tábua segunda dos Dez Mandamentos , onde lemos : “ Não furtarás “(Êxodo 20:15 ).

Existe uma distinção técnica entre roubo e furto. Naquele deve existir alguma forma de violência (física ou psicológica) ou mesmo ameaça à integridade física. Neste não se encontra a figura da violência.

O furto é , supostamente, mais brando que o roubo, pois não há risco à integridade física de alguém e recebe menor penalização. Para nós , aqui em especial, isto não faz muita diferença.

Desde aqueles tempos, tão distantes de nós, a ordem existe, pois a possibilidade e tendência ao furto estão presentes no coração humano. Pensamos, de imediato, quando se fala em furtar, naquele indivíduo que subtrai para si um objeto (carteira, bolsa, pasta, etc) de terceiro. De fato, isto é verdade e está contemplado aqui. Mas, esta não é a única maneira de “furtar”.

Um dos cuidados que vemos na ética do Velho Testamento (reafirmada no Novo) é que não haja medidas ou pesos falseados, isto é , as medidas deveriam estar corretas em seu padrão. O comerciante que tivesse medidas adulteradas estava furtando. O coletor que exigia além do devido estava furtando (defraudando). O usurário que impusesse juros abusivos sobre o outro, estaria , de certa forma, furtando.

Aqueles que se valem de suas posições para enriquecerem-se às custas do erário (verba, dinheiro) público estão furtando. A transformação de vida que nos leva a uma postura de retidão e honestidade é fruto de nosso compromisso com o Senhor , é decorrência de “Temer ao Senhor”, como nos exorta o apóstolo Paulo: “O que furtava , não furte mais, antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos” ( Efésios,4:28).

Há muitos modos justificados e aceitos de se furtar hoje em dia e que são agasalhados sob a proteção do “todo mundo faz”. É a corrupção generalizada (até dentro dos templos religiosos) , onde o mote principal é “levar vantagem de qualquer jeito”.

Ouçamos a voz do Senhor, temamo-LO e obedeçamos Seu mandamento , honrando-O com nossa integridade , acatando sua vontade : “ Não furtareis”.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Delage

sábado, 8 de março de 2008

Temer ao Senhor V


"Quando também segares a messe da tua terra, o canto do teu campo não segarás totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua messe. Não rebuscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso Deus." Levítico 19:9-10

Encontramos no Velho Testamento muitas instituições e costumes extremamente interessantes e positivos quanto à sua manifestação e alcance sociais. É claro que muitos destes se nos apresentam de modo um tanto estranho e outros de difícil aplicação e, de certa forma, nunca aplicados, mesmo pelo povo judeu no VT.

Aqui temos um destes preciosos costumes, ao qual se dá o nome de REBUSCA. Tal prática era observada nas terras de Israel e histórias são formadas na esteira deste procedimento como foi o caso de Rute e Boaz.

Era simples, em certo sentido, pois o dono do campo não deveria rebuscar, ou seja, repassar em vistoria de colheita as áreas ou locais em que já se havia feito a colheita. Isto se dava com o milho, azeitonas, uvas e outros produtos. O que ficava nos galhos ou caia na terra, deveria ser deixado para que o pobre, necessitado ou carente pudesse provisionar-se.

O princípio é muito importante, pois se vislumbra o cuidado para com o carente, embora este devesse realizar, também, algum trabalho para alcançar seu sustento. Vemos que temer ao Senhor nos leva a buscar socorrer e auxiliar aqueles que estão próximos de nós e carecem de nossa misericórdia.

Não se contesta o direito à propriedade, à produção privada. Mas, por outro lado, enfatiza-se o fato de que outras pessoas menos favorecidas precisam e devem ser alvo de nosso cuidado e ajuda.

A ganância, a avareza, a sovinagem e manifestações deste mesmo teor são aqui impedidas de serem desenvolvidas, evitando que os senhores de terra ou proprietários se tornassem indivíduos apegados até ao grão que caia quando da ceifa.

Temer ao Senhor é o fator determinante do estabelecimento de tal lei. Temer ao Senhor é o fator determinante do cumprimento de tal lei. Temer ao Senhor deve ser o fator determinante para que eu, ainda hoje, seja tomado da mesma determinação e postura, lembrando-me daqueles que são carentes e necessitados, abençoando-os, pelo menos, com os “rabiscos de nossa seara”.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage.

messe
mes.sesf (lat messe)
1 Seara madura. 2 Ceifa. 3 Aquisição, ganho. 4 Conquista. 5 Conversão de almas.
Michaelis - Moderno Dicionário da Língua Portuguesa

sábado, 1 de março de 2008

Temer ao Senhor IV


"Quando oferecerdes sacrifício pacífico ao SENHOR, oferecê-lo-eis para que sejais aceitos. No dia em que o oferecerdes e no dia seguinte, se comerá; mas o que sobejar, ao terceiro dia, será queimado. Se alguma coisa dele for comida ao terceiro dia, é abominação; não será aceita. Qualquer que o comer levará a sua iniqüidade, porquanto profanou coisa santa do SENHOR; por isso, será eliminado do seu povo." Levitico 19:5-8

Na seqüência de abordagem deste capítulo encontramos a temática do sacrifício. Aqui ocorre a qualificação distintiva, sendo o sacrifício de caráter pacífico. Não há espaço suficiente para tratarmos de toda a estrutura sacrificial no Israel Patriarcal e posterior. Neste caso trata-se de um sacrifício em que se celebra a paz com Deus pela expiação feita quanto ao pecado.

Podemos nos ver situados histórica e culturalmente bem distantes do Israel dos tempos em que tal texto foi produzido. Porém, deve-se notar que nós também somos desafiados a oferecer sacrifício ao Senhor ainda hoje.

Torna-se evidente que não falo de sacrifícios como os preconizados em certos segmentos chamados evangélicos e muito menos daqueles que compõem o acervo do catolicismo romano popular ou não.

Não falo de flagelos físicos, restrições ascéticas, reclusão monástica e outras desta ordem. Refiro-me aos sacrifícios apresentados nas Escrituras e que devem ser por nós apresentados a Deus.

Vejamos alguns destes:

1) O salmista nos fala que os sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado e coração contrito ( salmo 51 ) , aos quais Deus não desprezará, fazendo apontar para a intimidade e interioridade em contraste com a formalidade e exterioridade.

2) O apóstolo Paulo nos ensina, ao escrever aos Romanos, sobre oferecer nosso corpo como “sacrifício vivo , santo e agradável a Deus que é nosso culto racional (Rm.12).

3) O escritor da carta aos Hebreus nos exorta a que apresentemos “sacrifícios de louvor, fruto de lábios que professam o Seu Nome” (Hb.13:15).

É referência ao testemunho cristão de sustentação de nosso compromisso com o Senhor e a proclamação de nossa fé. É fato que podemos entender que deva haver nosso sacrifício quando nos privamos de algo com o propósito de nos envolvermos de forma mais intensa com o Senhor e Sua Obra.

Deve estar claro que tal situação jamais será de caráter meritório, ou seja, isto não nos tornará mais dignos de ingresso no Reino Celestial. A consciência de uma tão grande salvação a nós concedida graciosamente por e em Cristo Jesus, nos leva à dedicação e, às vezes, envolve a restrição de certas comodidades em nossa vida e ou à dádiva de nós mesmos em um esforço maior de servir ao Senhor.

Note-se "Qualquer que o comer levará a sua iniqüidade, porquanto profanou coisa santa do SENHOR; por isso, será eliminado do seu povo." Levitico 19:8 - que algo tão sublime manifesto no sacrifício e louvor, pode tornar-se elemento de afronta ao Senhor.

Temamos ao Senhor e ofereçamos-lhe sempre sacrifícios de gratidão e adoração como instrumentos de manifestação de Sua glória.
Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage

O que Deus espera de nós?


Parábola dos talentos

"Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.

O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.

Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?

Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.

Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes." Evangelho de Mateus 25:14-30

Ao confiar a nós seus servos talentos e dons, Deus demonstra o quanto quer ver-nos trabalhando em sua Seara e, que somos capazes de trabalhar no desenvolvimento e progresso de Sua obra.

A tendência, é pensar, apenas, nos poucos ou muitos talentos recebidos do Senhor (quantidade), mas o que queremos ressaltar é a "confiança" que Ele depositou em nós quando entregou os talentos que temos.

Assim como nós, pais e mães, que aos poucos vamos confiando determinadas tarefas aos nossos filhos, Deus muito mais, sabe a medida do que somos capazes de realizar para a glorificação do Seu nome (versículo 15).

Mas, afinal o que Ele espera de nós?

1. Deus espera que tenhamos consciência do significado destes talentos.

O que você acha que são estes talentos? Estes talentos são oportunidades que Ele nos dá para fazer Seu nome conhecido e reverenciado. Ao instituir a Sua Igreja, Jesus nos confiou as chaves do Reino, ou seja, a pregação do Evangelho a toda a criatura. O Evangelho é a única chave que pode abrir um coração fechado e resistente. Esta é a razão pela qual temos que desenvolver nossos talentos!

2. Deus espera que sintamos privilégio em trabalhar para Ele.

Você e eu, hoje, somos servos de Deus, mas não podemos nos esquecer que, anteriormente servíamos a Satanás. Sim, viviamos segundo o curso deste mundo, satisfazendo a carne e os desejos pecaminosos. Por isso, o apóstolo Paulo nos adverte: "e, uma vez libertos do pecado, fostes feitos servos da justiça" Rom.6:18.

É privilégio trabalhar para o Senhor Jesus, fonos libertos do pecado - que já não tem mais domínio sobre nós - e por isso, podemos servir a Deus com nossos talentos. Ele espera que entendamos a profundidade disto.

3. Deus espera o máximo de todos os envolvidos no Seu trabalho.

A parábola nos diz que aquele senhor distribuiu talentos aos seus servos a fim de que saissem a negociar e obtivessem lucro pra ele. Isto nos mostra a forma coerente como Deus atua.

Deus confia a "todos" os seus servos, algum talento. Ele distribui mesmo aqueles que "se sentem" medíocres.

Deus sabe, que se nos envolvermos ao máximo, em seu trabalho, o resultado é certo. A superação e a vitória só acontecem com aqueles que lutam e dão o máximo de si.

Se alguém receber só um talento, não o enterrar, mas trabalhar fiel e arduamente, verá o resultado e "voltará com júbilo trazendo os feixes" Salmo 126:6

As palavras finais, proferidas por aquele senhor, nos mostra o privilégio para quem foi fiel e a penalidade para os infiéis. Porém, não podemos esquecer que Deus confia "muito", ou seja, "grandes desafios", a quem foi fiel "no pouco".

Deus nos abençoe,

Pastor Cornélio Caldeira de Castro