"Quando oferecerdes sacrifício pacífico ao SENHOR, oferecê-lo-eis para que sejais aceitos. No dia em que o oferecerdes e no dia seguinte, se comerá; mas o que sobejar, ao terceiro dia, será queimado. Se alguma coisa dele for comida ao terceiro dia, é abominação; não será aceita. Qualquer que o comer levará a sua iniqüidade, porquanto profanou coisa santa do SENHOR; por isso, será eliminado do seu povo." Levitico 19:5-8
Na seqüência de abordagem deste capítulo encontramos a temática do sacrifício. Aqui ocorre a qualificação distintiva, sendo o sacrifício de caráter pacífico. Não há espaço suficiente para tratarmos de toda a estrutura sacrificial no Israel Patriarcal e posterior. Neste caso trata-se de um sacrifício em que se celebra a paz com Deus pela expiação feita quanto ao pecado.
Podemos nos ver situados histórica e culturalmente bem distantes do Israel dos tempos em que tal texto foi produzido. Porém, deve-se notar que nós também somos desafiados a oferecer sacrifício ao Senhor ainda hoje.
Torna-se evidente que não falo de sacrifícios como os preconizados em certos segmentos chamados evangélicos e muito menos daqueles que compõem o acervo do catolicismo romano popular ou não.
Não falo de flagelos físicos, restrições ascéticas, reclusão monástica e outras desta ordem. Refiro-me aos sacrifícios apresentados nas Escrituras e que devem ser por nós apresentados a Deus.
Vejamos alguns destes:
1) O salmista nos fala que os sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado e coração contrito ( salmo 51 ) , aos quais Deus não desprezará, fazendo apontar para a intimidade e interioridade em contraste com a formalidade e exterioridade.
2) O apóstolo Paulo nos ensina, ao escrever aos Romanos, sobre oferecer nosso corpo como “sacrifício vivo , santo e agradável a Deus que é nosso culto racional (Rm.12).
3) O escritor da carta aos Hebreus nos exorta a que apresentemos “sacrifícios de louvor, fruto de lábios que professam o Seu Nome” (Hb.13:15).
É referência ao testemunho cristão de sustentação de nosso compromisso com o Senhor e a proclamação de nossa fé. É fato que podemos entender que deva haver nosso sacrifício quando nos privamos de algo com o propósito de nos envolvermos de forma mais intensa com o Senhor e Sua Obra.
Deve estar claro que tal situação jamais será de caráter meritório, ou seja, isto não nos tornará mais dignos de ingresso no Reino Celestial. A consciência de uma tão grande salvação a nós concedida graciosamente por e em Cristo Jesus, nos leva à dedicação e, às vezes, envolve a restrição de certas comodidades em nossa vida e ou à dádiva de nós mesmos em um esforço maior de servir ao Senhor.
Note-se "Qualquer que o comer levará a sua iniqüidade, porquanto profanou coisa santa do SENHOR; por isso, será eliminado do seu povo." Levitico 19:8 - que algo tão sublime manifesto no sacrifício e louvor, pode tornar-se elemento de afronta ao Senhor.
Temamos ao Senhor e ofereçamos-lhe sempre sacrifícios de gratidão e adoração como instrumentos de manifestação de Sua glória.
Deus nos abençoe.
Rev. Paulo Audebert Delage
Rev. Paulo Audebert Delage