domingo, 20 de abril de 2008

Temer ao Senhor X


"Não furtareis, nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um com o seu próximo;" Levítico
19:11
"Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela
manhã" Levítico 19:13


Furtar (versículo 11) e roubar (versículo 13) são conceitos bem próximos. O que gera distinção entre ambos é que no primeiro inexiste a figura da violência, enquanto no segundo esta está presente.

Ressalvada esta diferença, ambos trazem consigo o elemento comum: subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel. Com este núcleo comum fica claro que, em ambas atitudes, existe a lesão do direito de um terceiro subtraído de seu bem.

Pode-se pensar que isto é apenas aplicável àqueles indivíduos que operam nas ruas assaltando os
cidadãos de bem ou subtraindo-lhes sorrateiramente os bens. Isto não é verdade.

Somos muitas vezes furtados e mesmo roubados em nossa dignidade e valores, quando sofremos violência de termos que pagar indenizações a pessoas que optaram por uma forma de vida contrária à estabelecida pelo Estado. Pessoas que mataram, feriram, roubaram, sequestraram e violentaram a muitos e que hoje temos que sustentar ou ajudar manter.

Por vezes somos nós os roubadores ou furtadores, inclusive do próprio Deus, que assim se expressa: “Vós me roubais nos dízimos e ofertas” (Ml.3:10). Constituimo-nos agentes desta forma de subtração daquilo que não nos pertence, mas do qual nos apossamos indevidamente.

O cristão é chamado a ser o exemplo (não gostamos disto e sempre queremos nos escusar) de conduta no contexto da sociedade onde se encontra inserido. Exige-se dele esta postura de integridade, e é confrontado quando não cumpre aquilo que dele se requer e espera neste assunto.

Posso discordar da amplitude demasiado excessiva de nosso catecismo, mas a transcrição da
pergunta 142 e sua resposta é de valor significativo neste ponto e concordo com ela: “Quais são
os pecados proibidos no oitavo mandamento?”
Resposta: “...o furto, o roubo, a receptação de
qualquer coisa furtada, tráfico fraudulento, pesos e medidas falsos, remoção de marcos de
propriedade, injustiça e infidelidade em contratos entre os homens...a opressão, a extorsão, a
usura...a acumulação de gêneros para encarecer o preço...”


Vivamos de tal modo a honrar ao Senhor nosso Deus, não cobiçando o que seja do próximo, evitando o sentimento da ganância que, por certo, nos conduzirá ao fim infausto do descumprimento de Sua Vontade para conosco.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Delage