domingo, 20 de abril de 2008

Temer ao Senhor XI


"Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não ficará contigo até pela manhã" Levítico 19:13

Continuamos a explorar este preciosíssimo e profundo capítulo das Escrituras Sagradas. Sua abrangência e riqueza são muito grandes e significativas.

O tema agora tratado no verso 13 é a relação do trabalho e do valor deste trabalho representado no justo pagamento ou salário. Pode parecer estranho que este tema esteja presente aqui neste contexto e nesta época, mas isto mostra o interesse e o cuidado de Deus com as relações inter-pessoais, inclusive com a questão do trabalhador.

A exploração do homem pelo homem remonta aos primórdios da civilização humana. Infelizmente esta relação sempre foi algo que fere nossa constituição como seres humanos. Uma das formas de exploração mais comum e, muitas vezes, justificada é a econômica, e isto na esfera da paga pelo trabalho realizado.

Vejam que o cuidado se manifesta até mesmo no fato de não reter a paga até o dia seguinte.
Trata-se de alimento, mantença, sustento. O trabalho é a moeda de troca daquele que dele depende e não tem o capital, nem a terra ou os meios de produção. Este retardamento do acerto poderia significar a fome de uma família, a inexistência de sustento para um lar.

Nós, cristãos, somos desafiados a vermos nossa responsabilidade quanto ao pagamento justo e
devido àqueles que contratamos. Não podemos reter com fraude (Tiago, 5:4) o salário dos que
laboram para nós e por nós.

Nosso capital não pode ser elemento de exercício de poder e exploração. Quando podemos pagar e sabemos que é justo pagar o que se tem que pagar e não fazemos, isto é pecado.

Darmos aumento salarial a um empregado para impedir que vá para outra empresa, é indicativo sério de que agíamos iniquamente, retendo fraudulentamente o que era devido pelo trabalho desenvolvido. Reconhecemos que ele merece mais do que recebe, podemos dar-lhe o aumento, mas não queremos dimunuir nosso lucro. Isto é uma forma de usura, cuja condenação está clara nas páginas da Bíblia.

“Digno é o trabalhador do seu salário”(I Tm.5:18) não é um princípio aplicável apenas ao trabalho religioso, mas a todo exercício laboral pelo qual alguém alcança seu sustento e o dos de sua casa.

Somos, como cristãos, chamados a este desafio em nossas relações de trabalho na condição de
“patrão”: não retermos injustamente os salários dos que para nós trabalham.

Deus nos abençoe.

Rev.Paulo Delage