sábado, 26 de julho de 2008

Temer ao Senhor - XVIII


"Diante das cãs te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o SENHOR." Levítico, 19:32


Faz algum tempo eu estava assentado com um pastor da IPB, de destacada posição na administração da Igreja e que, à época, contava com, aproximadamente, 55 anos de idade. Aproxima-se um outro pastor, este já com mais de 70 anos e a cabeça encanecida, e prontamente aquele que comigo conversava colocou-se de pé e cumprimentou o ancião, que não era figura de eminência ou de destaque nos quadros pastorais da igreja nacional.

Admirei-me desta atitude e falei de minha apreciação por tal ato de sua parte. Ao que me respondeu: “É a Palavra: Diante das cãs te levantarás”. Lição a mim muito preciosa, pastor ainda com meus 35 anos de idade. Aprender a manifestar o respeito para com os idosos aqui, de forma poética, simbolizados pela cãs.

Em nossa cultura ocidental o idoso vinha sendo tratado como objeto gasto e sem função, destinado ao descarte. Felizmente vê-se uma retomada de valor nos termos deste importante preceito, ainda que os nossos adolescentes continuem a enfrentar dificuldades em refletir este padrão de comportamento recomendável.

O Estatuto do Idoso busca resgatar a dignidade social da pessoa que tem alcançado o privilégio de envelhecer, fazendo garantir seus direitos como cidadão e privilegiando-o, legitimamente, em certos aspectos. Mas, não deveria ser assim, ou seja, apenas por força coercitiva da lei, a nossa relação de respeito e reverência para com aqueles que já estão encanecidos e que integram aquela que tem sido chamada terceira idade.

Este preceito é tão importante que o apóstolo Paulo escreve ao jovem pastor Timóteo instruindo-o com relação ao trato com o idoso e o faz nos seguintes termos: “Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai;... às mulheres idosas como a mães” ( I Timóteo,5:1-2).

Não é apenas a titulação ou a posição de mando que merecem nosso respeito e consideração, mas também a experiência acumulada de muitos anos, aqui simbolizada liricamente pelos cabelos embranquecidos.

Respeitemos os idosos, tributando-lhes o cuidado, atenção, estima e carinho de que são merecedores. E isto por se temer ao Senhor.

Deus nos abençoe.

Rv. Paulo Audebert Delage.

sábado, 19 de julho de 2008

A Breviedade da vida

Há quem diga que a vida é como "castelo de areia perto da onda do mar", como "cristal que é belo, porém fácil de quebrar", ou ainda como a "brisa, que sopra sem que se possa guardar" ou como "nuvens que passam e se dissipam..."

O poeta também declara que "Quem passou pela vida em brancas nuvens e em plácido descanso adormeceu... Foi um espectro de homem, não foi homem. Só passou pela vida, não viveu."

Não creio que nenhum de nós queira que a história da sua vida seja apenas palavras de saudosismo, uma passagem inexpressiva e insípida. Sabemos que a vida é mesmo breve, se desvanece como diz o Senhor: "Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece." (Tg 4:14). Mas enquanto houver fôlego de vida, enquanto permitir o Senhor que vivamos, seja Ele o modelo de conduta, de proceder.

Em Jesus, "somos mais do que vencedores". Ele nos faz livres, abundantemente livres. Ele nos sustenta e protege, nos consola e conforta. Em Cristo temos ensino e orientação. Foi pelas nossas vidas que Ele, o Bom Pastor, deu Sua vida (Jo 10:11). Salvou-nos de um tremedal de lama, por amor do Seu nome. Éramos nada sem Ele, mas nEle somos Luz do mundo, Sal da terra. "Porque o que me achar, achará a vida, e alcançará o favor... (Pv 8:35)" e nEle "se multiplicam os dias, e anos de vida e te acrescentarão." (Pv 9:11).

É nas mãos de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, que queremos e desejamos que esteja a vida de cada um dos que lêem este texto. Não há nada melhor do que pertencer ao Senhor Jesus, e vivermos com responsabilidade, conscientes de que o presente é pequeno, o futuro é incerto, o passado é história, mas que tudo vale à pena se estivermos no centro da vontade do Senhor.

Nada é em vão, insípido e inexpressivo para o Senhor. Ele deu a vida dEle pela nossa! NEle há propósito, porque a vontade dEle para a nossa vida é boa, perfeita e agradável para sempre...

Pr. Yon Morato

sábado, 12 de julho de 2008

Vencedor ou Derrotado ?


No Evangelho de João, capítulo 16 e verso 33, encontramos uma advertência do Senhor Jesus ao mesmo tempo séria e consoladora: “No mundo passais por aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”
Neste texto, mundo não se refere ao universo sideral, às forças físicas da natureza, mas à sociedade em que vivemos. Um sistema social que deveria ser bom, puro, harmonioso e feliz.

Infelizmente, porém, (como conseqüência do extremo egoísmo do homem, da presunção humana) rebelou-se contra Deus, seu Criador e Senhor. Uma sociedade que pôs Deus à margem dos seus interesses e fabricou para si gurus, gnomos, duendes e outros pequenos deuses. Deuses que satisfaçam os seus desejos e caprichos.

Conseqüentemente, num mundo sem o Deus único e verdadeiro, as aflições se multiplicam. A própria vida passa a armar ciladas para todos nós. É desnecessário relacionar aqui todos os tipos de aflição com que nos defrontamos. Mas, sem dúvida alguma, a mais inquietante nesta era chamada “pós cristã” é a aflição causada pela angústia existencial. Angústia que está destruindo a alegria e vontade de viver de muitos adultos, de um número impressionante de jovens, e até de crianças.

A angústia existencial tem sido a causa de muita violência, de lares desfeitos, de doenças psicossomáticas, do abuso de drogas e bebidas alcoólicas, e de muita perversão sexual. Ao abrir mão de Sua glória divina e tomar as limitações da humanidade, Jesus experimentou fome, sede, angústia, abandono, perseguições, preconceitos, infidelidade, traições, escárnio, injustiça e a tortura da morte na cruz. Por tudo isso Ele passou, por amor de mim e de você. Mas a tudo isso Ele venceu. Ele tem, pois, autoridade para dizer “tende bom ânimo”. E ânimo é coragem, é esperança, é vida!

Mas como ter ânimo... como ter esperança... onde buscar força diante de um problema aparentemente insolúvel? “Eu venci o mundo”, diz Jesus. Em outras palavras, em Mim, comigo, você também vencerá. Referindo-se à vitória de Cristo sobre as vicissitudes da vida, sobre o pecado e a morte, o apóstolo Paulo escreve: “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo”. Na vitória de Jesus repousa a nossa esperança!

Um pensador contemporâneo afirma que ao final da existência humana haverá apenas duas categorias de pessoas: os vencedores e os derrotados. Em qual delas você estará? Não enfrente sozinho as aflições deste mundo. Não se deixe esmagar pela tristeza ou solidão. Você pode contar com Jesus Cristo. Assegure a sua vitória... enquanto é tempo.

Rev. Eudes Coelho Silva

Temer ao Senhor - XVII


"Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus." Levítico 19:31

Nosso riquíssimo texto continua com suas diretrizes e determinações para nossa conduta como aqueles que temem ao Senhor e, por isso, buscam andar segundo Seus preceitos. A advertência agora é não seguirmos os necromantes.

Esta palavra é composta de dois termos: necros e mancia, cujo sentido literal é prever (adivinhar) pelos mortos. É a prática de se consultar os mortos para receber deles alguma forma de revelação de acontecimento futuro, ou de elementos ocultos do passado.

O fato de haver uma proibição não significa que exista a verdade de que se possa consultar os mortos. Esta forma de consulta existe, é possível. No entanto, a realidade (fenômeno) não significa, necessariamente, verdade. Desta forma, os que consultam os mortos, têm, muitas vezes, contato com seres que lhes falam por meio de “médiuns” (mediadores) humanos. No entanto, estes seres que se manifestam não são os mortos, mas espíritos decaídos e enganadores , cujo propósito é envolver as pessoas e torná-las cativas desta prática.

A vivência da necromancia, nada mais é do que aquilo que se chama de espiritismo, ou kardecismo, onde afirma-se que o espírito dos mortos volta e se manifesta para várias realizações ou por vários motivos. Deve-se notar que o Candomblé e Umbanda estão também ligados a este gênero de manifestações, embora digam que não se trata de espíritos de mortos ou de desencarnados, mas dos deuses que integram e compõem a natureza.

À luz das escrituras estas formas de religiosidade mediúnica são condenadas com rigor. O motivo é claro, já que deslocam o eixo de confiança exclusivamente na graça de Deus para tais entidades.

A relação com o Santo ou Sagrado se faz na mediação destas entidades, sendo elas (evoluídas) agentes para nos ajudarem, ou (inferiores), consistindo em seres que devam receber ajuda e doutrinação para evoluirem.

Não é possível haver cristão regenerado e reformado, que esteja ligado a tal tipo de prática e isto pelo fato de se temer ao Senhor. Nossa confiança está somente no Senhor. Seja sobre nós Sua graça.

Rev. Paulo Audebert Delage.

sábado, 5 de julho de 2008

Temer ao Senhor - XVI


"Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o SENHOR." Levítico 19:30
Nossa atenção se volta, conforme o texto, para a necessidade de reverência em relação ao lugar de adoração. É preciso notar que santuário aqui referido não era o templo, mas o tabernáculo (tenda móvel) no deserto. O sentido do texto é que o lugar de habitação de Deus deve ser tratado com reverência e respeito.

À medida que o tempo passou, houve uma modificação em Israel e se introduziu o templo, onde passou-se a ensinar ser o lugar de habitação de Deus, embora Ele dissesse que “não habita em templos feitos por mãos humanas” (Atos, 7:48; I Reis,8:27).

O Senhor Jesus dará importância ao templo ao dizer: ”minha casa será chamada casa de oração” (Mt.21:13) e ensinará a reverência quando da adoração. Mas, disse também que aquele templo-edifício seria destruído (teria cumprido sua função - Mt.24:2) e faz referência ao Seu próprio corpo, como o templo que seria reerguido depois de três dias (referência à Sua ressurreição- João,2:19-21), mostrando uma nova concepção sobre o santuário (templo) não mais como edifício, porém como corpo.

O apóstolo Paulo retomará esta forma de entendimento e reforçará este aspecto ao ensinar que nosso corpo é o templo-santuário e habitação de Deus (I Cor.6:19) e que, portanto, na visão de Levítico, devemos reverenciar este santuário, ou seja, nosso corpo. Assim, como não devemos cultuar o templo, não devemos cultuar nosso corpo. Mas, assim como cuidamos e somos zelosos com o templo (edifício) temos que ser cuidadosos e zelosos com nossos corpos-santuários.

Não estamos falando que se possa “profanar” o templo-edifício e nem que se deva ser irreverente ali. Mas, a reverência não é por causa do lugar, e, sim, por causa do que se faz (adoração) e a quem se faz (o Senhor). Claro que Ele está “no seu santo templo” (Hc.2:20) e por isto ali se torna santo o lugar. Também como Ele habita em nós, este templo-santuário (o corpo) deve ser tratado com sacralidade, não por causa dele em si, mas pelo fato de ser habitação do Espírito Santo.

Portanto, por causa de se temer ao Senhor, tenhamos reverência no lugar de adoração (templo-edifício) na hora do culto, e tenhamos reverência com este lugar de habitação de Deus (nosso corpo) todo o tempo, não o profanando nem violando com pecados no corpo, a exemplo da gula, fornicação, adultério, prostituição, sodomia. Por temer ao Senhor, mantenhamos limpo e com reverência o santuário do Senhor.

Deus nos abençoe.

Rev. Paulo Audebert Delage.